A natureza é o refúgio e um dos maiores entusiasmos de Fábio de Paula Santos, Oficial de Justiça de 51 anos. Com a mesma disciplina que cumpre mandados e execuções desde 1992, na Justiça Federal, ele passou, no início dos anos 2000, a cuidar da propriedade rural, em Santa Rosa, que herdou do seu pai (falecido ainda na década de 1970), com a sua mãe e a sua irmã. A 100 quilômetros de Goiânia, a Fazenda Paciência tinha algumas questões a ser resolvidas e, na vida adulta, Fábio acabou assumindo esta responsabilidade.
Para Fábio, que estudou Agrimensura na antiga Escola Técnica e depois se formou em Direito, trabalhar presencialmente com questões jurídicas nas propriedades de outras pessoas o fez perceber que a sua fazenda também precisava de adequações para estar de acordo com a legislação ambiental. Todas as propriedades rurais devem ter 20% de reserva legal, assim como as margens das nascentes. Com a divisão da propriedade em três partes, a parte preservada estava concentrada apenas na fazenda que ficou para a mãe e era preciso garantir o reflorestamento das outras duas propriedades.
Começou a saga de Fábio no plantio de novas mudas de árvores nas terras da família. Ele aproveitou um incentivo do governo estadual e, com a doação de mudas, fez o primeiro plantio. Com o tempo, ele mesmo começou a fazer as suas próprias mudas e hoje já tem 43 mil árvores nativas do Cerrado, incluindo algumas frutíferas, para atrair os animais silvestres, plantadas na sua propriedade.
Entre as árvores mais plantadas estão os ipês roxo, amarelo e branco. Alguns já floresceram e alegram a vida do Oficial de Justiça. “A cada ano, mais ipês estão florindo. Vão ficar bonitos”, conta ele, com a paciência de quem está disposto a esperar as próximas décadas para ver tudo como sempre deveria ter estado. A história de Fábio é mais uma a ser contada pela ASSOJAF-GO na série A vida fora do oficialato.
A parte que se tornou de Fábio passou a ser chamada de Fazenda Acácia, uma delicadeza deste homem da lei que juntou as iniciais do seu nome, Fábio, com o da esposa, Ana Cristina. Aliás, a propriedade é cheia de referências à sua família, o que a torna ainda mais especial. Alguns ipês foram plantados no formato do primeiro nome da esposa, Ana. Outras árvores estão em formato de cruz, com o objetivo de abençoar a todos que ali passam. E duas se destacam, porque foram plantadas no nascimento das filhas, Elena e Ester. “É a minha forma de traduzir meu amor pela família”, conta.
Na infância das filhas, ele ia acompanhado delas para colher sementes de plantas que observava pela cidade. Aliás, ele garante que, como Oficial de Justiça, a cada novo mandado cumprido reserva tempo para olhar para as belezas de Goiânia. “Sempre vou observando a cidade.”
E também foi este olhar atento que tornou possível que ele reflorestasse uma grota na sua propriedade rural, onde havia uma pequena represa que só tinha água nos tempos de chuva. A natureza, em resposta ao esforço de Fábio, tornou possível que a água voltasse a correr por ali e hoje a propriedade conta com um novo córrego, o Cafungadinha, nome em homenagem a um carinho entre pai e filhas.
O trabalho de Fábio já foi reconhecido em diversas ocasiões, com prêmios voltados para atividades ambientais e iniciativas de compromisso com a natureza. Ele também esteve em reportagens, inclusive nacionais, sobre seu projeto de reflorestamento. Atualmente, sua propriedade está arrendada para plantio de soja, mas a área verde continua intocada, a não ser pela visita de Fábio e dos animais que ali habitam.
Assessoria de Comunicação da ASSOJAF-GO | Ampli Comunicação
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